Thursday, December 13, 2007

Naquele dia, meio sonâmbulo, apenas ouvia algum balbuciar em meus ouvidos perguntando o número do meu telefone. Logo mais tarde pude ver meu filho Francis e minha esposa no recinto do pronto-socorro. Meu corpo doía. Minha cabeça parecia fruto de explosão. Conforme a movimentação, vi que estava dentro de uma ambulância, seguindo para o hospital.

Lá no hospital, por longas horas fiquei deitado em uma maca à espera do atendimento. Tinha vontade de ir ao banheiro, mas não podia me locomover. Chorava.





O tempo passou. Parecia que estava tudo bem, mas sem nenhuma explicação me vi dentro de outro hospital, com um aparelho de drenagem instalado em minha cabeça. Não estava entendendo nada. Apareceu um médico e me explicou que eu havia sido acidentado. Por pouco o meu crânio não rachou. Se houvesse rachado, talvez tivesse morrido ou sofrido por problemas mais sérios, tal como paraplegia, ou então ter parte do corpo aleijado.

Vi que neste mundo ninguém é quase nada. Vi o quanto eu sou pequenino. Basta um movimento em falso e tudo vai para as águas abaixo.

Tenho observado que existe muita gente sadia e que não valoriza a perfeição da beleza, da idade, do sexo, etc.

Vejo tanta gente que consegue viver graças aos tratamentos psicológicos, sendo que viver é maravilhoso, basta acordar todos os dias e contemplar o nascer do Sol, ou ter o privilégio de tocar as águas do Mar.

Lá no Hospital tive contato de muitas pessoas que aguardavam pelo tratamento cancerígeno. Pessoas com sintomas decadentes.

Olhava-me para o espelho e sorria feliz por ter sido vítima de acidente e não de outra doença que corrói gradativamente o envoltório carnal.

Tudo o que passei, de alguma forma já me serviu para abrir os olhos e seguir à frente. Alguém invisível deve tomar conta de mim.

Um dia reclamei ao médico que minha pressão arterial estava em níveis baixos. O médico me respondeu: - Que bom! Quanta gente sofre de acidentes vascular e cerebral porque a pressão aumenta demasiadamente. Pense nisso.

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